Na manhã de ontem, dezenas de mulheres se reuniram
para apoiar os profissionais que defendem o parto humanizado. A Marcha pela
Humanização do Parto se concentrou na Praça da República e foi organizada por
um grupo de ativistas que se articulou pelas redes sociais.
“Seguindo as manifestações que estão ocorrendo em
diversas cidades brasileiras, nós também decidimos fazer um ato para chamar a
atenção da sociedade sobre o desrespeito ao parto humanizado que ocorre em todo
o país”, afirmou Renata Aires, uma das coordenadoras da marcha.
O ato pediu maior fiscalização das cesárias no
país, o cumprimento da Lei do Acompanhante, decreto aprovado em 2005 e que
garante a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, dentre
outros pedidos. “O que temos visto atualmente é todo um sistema de saúde
voltado a favor das cesárias. Profissionais que defendem um parto mais
humanizado e sem nenhum tipo de intervenção cirúrgica acabam sofrendo
retaliações”, disse Renata.
As manifestantes chamaram a
atenção para o aumento das cesárias no país. “No Brasil, as taxas de cesarianas
ultrapassam os 90%, isso é inaceitável. A decisão da mulher na maioria das
vezes não é respeitada pelos médicos”, reclamou Lena Lisboa, que, mesmo com
condições de ter um parto normal, diz que teve que fazer cesariana. “O
movimento não é contra a realização de cirurgias cesarianas, mas contra a
imposição dessas cirurgias. Defendemos que o direito de escolha do parto cabe à
mulher, e não ao profissional de saúde”.
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