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terça-feira, 2 de junho de 2015

Inadimplência aumenta no Minha Casa, Minha Vida

Foto:Divulgação
O maior programa habitacional do país sofre com o aumento da inadimplência devido à queda na renda do trabalhador brasileiro e ao aumento do desemprego. Segundo dados do Ministério das Cidades, em março, 21,8% dos financiamentos concedidos na faixa 1 do programa, destinada às famílias com renda mensal de até R$ 1600, estavam inadimplentes, enquanto, em abril de 2014, eram 17,5%. A faixa 1 paga, por um período de dez anos, prestações mensais entre R$25 e R$80, o que equivale a apenas 5% do valor do imóvel que vão receber. O valor que não é pago pela família é bancado pelo Tesouro Nacional. A inadimplência também subiu nas faixas 2 e 3 do programa, de 1,9% para 2,2% nesse intervalo. Estas faixas incluem famílias com renda de até cinco mil. Apesar de esta inadimplência ser bem menor do que a da faixa 1, o dado está acima da média do mercado, que no mesmo período caiu de 1,8% para 1,7%. Nestas faixas, as perdas são assumidas pelo banco que concedeu o empréstimo à família, como em qualquer financiamento imobiliário. “As pessoas de menor renda são mais suscetíveis a mudanças na economia. Com o aumento do desemprego e a inflação elevada, a tendência é mais inadimplência até essas pessoas conseguirem ajustar o orçamento”, explica Flavio Amary, presidente em exercício do Secovi-SP (sindicato da habitação). O coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, Lauro Gonzalez chama atenção para uma falha no programa. Segundo ele, o fato de as pessoas não pagarem uma prestação relativamente baixa, no caso da faixa 1, comprova algo que é verificado pela experiência internacional em microfinanças. “Quando se cobra um valor muito inferior à capacidade de pagamento, a pessoa enxerga aquela obrigação como um compromisso menos importante”, afirma. De acordo com o presidente do Secovi-SP, a alta inadimplência na faixa de menor renda, mesmo em momentos melhores para a economia, já era esperada. Portanto, para ele, a nova fase do programa deve manter a política de altos subsídios pelo governo para cumprir o objetivo de reduzir o déficit habitacional nessas famílias. 




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