web stats

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Empresários são presos por suspeita de colocar soda cáustica em leite




Três pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (7) no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, onde foi deflagrada a quinta etapa da Operação Leite Compensado do Ministério Público Estadual. Dois dos presos são proprietários de indústrias de laticínios, e o terceiro é funcionário de uma das empresas. Todos são suspeitos de acrescentar ao leite substâncias como soda cáustica e água oxigenada.

A operação foi desencadeada no início da manhã em 10 cidades do Vale do Taquari e do Vale do Sinos. Os alvos são as indústrias de laticínios Pavlat, em Paverama, e Hollmann, em Imigrante. Durante as investigações, chegaram a ser apreendidas cargas de leite UHT adulterado da Pavlat em um supermercado de Florianópolis, em Santa Catarina. Os lotes foram retirados do mercado. Em relação à Hollmann, análise do leite cru constatou que pode ter sido comercializado produto em estado de deterioração.

“Percebemos que este pessoal que transportava o leite de uma forma ou de outra ajustava esse leite. Eles levavam a matéria-prima até a indústria, e havia uma cumplicidade entre as indústrias e os transportadores”, disse o promotor Mauro Rockenbach, da Especializada Criminal do MP, que coordenou a ação junto com Alcindo Bastos da Silva Filho, da Especializada de Defesa do Consumidor.

Segundo o Ministério Público, as indústrias compravam leite deteriorado de transportadores por um preço mais baixo. Como as empresas de laticínios têm obrigação de possuir laboratórios semelhantes aos usados nos testes do Mapa, sabem se o produto se enquadra nas normas ou não. “A indústria identifica uma carga de baixa qualidade porque sabe que vai pagar menos”, diz o promotor.

De acordo com o MP, a acidez resultante do estado de decomposição era neutralizada com o uso de citrato, soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada (peróxido de hidrogênio). As indústrias também utilizavam amido após diluir o leite na água, para disfarçar o aspecto aguado.

O leite adulterado era diluído, o que dificultava a detecção em testes de qualidade. O objetivo era lucrar mais com o produto. “Um leite que custava em média R$ 1 perdia valor e era comprado por R$ 0,30. Aí era adulterado, ia para o silo, era diluído e passava a valer R$ 1 novamente no mercado”, exemplificou o promotor.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário