web stats

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Violência sexual contra crianças em portos tende a crescer durante a Copa

Meninas que fugiram de casa e vivem na rua, em Salvador: manobras pela sobrevivência (Monique Renne/CB/D.A Press)
Meninas que fugiram de casa e vivem na rua, em Salvador: manobras pela sobrevivência
(Foto: Correio Braziliense)

Em meio ao vaivém de pequenos barcos e de navios estrangeiros, meninas miseráveis trocam os brinquedos e os uniformes escolares por roupas sensuais e exibem-se no cais. Vendem o corpo a turistas ou a estivadores e negociam a inocência por algum trocado. Das sucessivas violações de direitos da criança registrados diariamente nos portos brasileiros, a exploração sexual é a mais cruel e uma das mais recorrentes. Com a proximidade da Copa do Mundo e o aumento do fluxo de visitantes, entidades de defesa da infância fazem um triste prognóstico: a incidência de casos de abuso de meninos e meninas em áreas portuárias tende a crescer sem controle.

O Correio publica desde ontem a série Cais do abandono, que mostra as principais violências contra crianças em terminais fluviais e marítimos. Não existem estatísticas de violações de direitos da criança nos portos. Mas os dados nacionais dão uma amostra de como a infância é desrespeitada no país. No ano passado, em todo o Brasil, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 124 mil denúncias e 26% dos casos eram relativos a situações de violência sexual contra meninos e meninas — o equivalente a 32,2 mil casos de abuso e exploração. Essa foi a quarta denúncia mais recorrente entre as registradas pelo Disque 100, atrás somente da negligência e das violências física e psicológica.

Apesar da gravidade do problema, o repasse de recursos federais para o programa de ações integradas de enfrentamento ao abuso, tráfico e exploração sexual de crianças (Pair) no país está em queda. Em 2011, segundo informações do site Transparência Brasil, o governo destinou R$ 4,8 milhões para essa rubrica. No ano seguinte, o valor caiu à metade: R$ 2,4 milhões. Em 2013, foi registrado o mesmo percentual de queda e os investimentos chegaram a R$ 1,3 milhão.

Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário