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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Famílias de bebês trocados há 36 anos se adaptam à nova realidade



As famíias de dois irmãos que trabalhavam bem próximos mas não se conheciam, no Recife, têm vivido um período de adaptação. Luiz Carlos, 39 anos, é vigilante de um hospital e José Coelho Júnior, 36, é manobrista de uma galeria, no bairro de Santo Amaro. Os dois nem se conheciam e só prestaram atenção na semelhança física depois que colegas de trabalho começaram a falar. Feito o teste de DNA, descobriram o parentesco e agora convivem com a nova realidade.

Nesta terça (1º), a agente de saúde Sueli Xavier Leite, uma das mães, e José Wilker, um dos bebês trocados, foram visitar a dona de casa Severina de Araújo Coelho, a mãe da outra criança trocada, há 36 anos. Dona Severina é a mãe biológica de José Wilker, mas, por causa da troca, criou José Coelho Júnior como se fosse o filho dela.

Os dois Josés nasceram em dezembro de 1977, na Maternidade São João da Escócia, em Tejipió. Na época, as famílias estranharam, mas não desconfiaram da troca. "Ficamos no mesmo apartamento, que era para duas pessoas. Quando a enfermeira veio com os bebês, me entregou o meu branquinho. Mas eu percebi que meu filho era branco e falei: 'ó, a senhora é branca, teve um filho moreno. E eu morena, tive um filho branco", relembra Sueli.

Severina disse que quando Júnior contou a ela o que estava acontecendo, lembrou logo daquela conversa que tinha tido com Sueli na maternidade. E disse como foi quando reencontrou o filho, tantos anos depois. "Eu notei logo que ele é muito parecido também com meus filhos. E foi um prazer ter mais um filho, né? Ganhei mais um filho! Eu fiquei feliz. Agora tenho sete filhos. Mas descobrir a história verdadeira foi uma surpresa, foi chocante para mim".

José Wilker também ainda está se acostumando com a nova realidade. Com a nova mãe, que descobriu há pouco tempo. "Na hora ficou meio estranho, né? Mas depois, foi melhorando, eu vinha para a casa de Severina, e ele (José Coelho) ia para lá também. São duas famílias agora, né? Descobrir essa história tantos anos depois foi bastante duro. Agora eu tenho duas mães. Tenho mais irmãos, mais sobrinhos. A família foi ampliada", se diverte.

Dona Sueli também diz que hoje sente os dois como filhos dela. "É como se a família tivesse aumentado. Até meus irmãos, eles são apaixonados por Júnoir", conta.

As duas famílias entraram na Justiça com um pedido de indenização contra a Prefeitura do Recife, já que a maternidade pertencia ao município.

Fonte: G1

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