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A história volta a se repetir no Pará. E traz a força de fatos gravíssimos, até mesmo infames, que não chegaram ao conhecimento do Ministério Público e do Conselho Tutelar, por longos 86 dias, quase três meses, depois dos acontecimentos. Os envolvidos são dois policiais civis, agentes públicos pagos pelos contribuintes para zelar pela segurança e demonstrar respeito por todos os cidadãos. Tudo aconteceu na madrugada do dia 11 de janeiro passado. Amanhã, as dezenas de folhas que formam o inquérito policial, presidido pela delegada Dinilda Ferreira da Costa, chegarão à Justiça.
O começo de tudo: um casal de jovens assalta um motorista de táxi. Ele reage, mas é morto. A renda do taxista é roubada. A polícia aparece na hora e prende os criminosos, levando-os para a delegacia. O casal é trancafiado em celas diferentes. A garota de 17 anos, afirma na denúncia que fez contra os policiais que logo ao ser presa declarou que era menor e não poderia ficar atrás das grades. Aí começa o jogo de versões dos policiais. O delegado que comandava o plantão, diz que a jovem, ao dar entrada na delegacia, teria declarado que era maior de idade, por isso foi colocada na cela. Ela nega.
De qualquer maneira, talvez desconfiado de que poderia ter problemas, o delegado mandou que a adolescente fosse retirada da cela. Feito isso, a garota passou a perambular pelos corredores da delegacia, aguardando a chegada de familiares que iriam trazer sua documentação. Foi aí que o escrivão deu o bote sexual: mandou que ela o aguardasse no banheiro e lá mesmo a estuprou. O investigador ouviu a garota dizer que não era de Marabá, mas de Redenção e que queria voltar para sua cidade.
OMISSÃO
O policial disse que iria levá-la para Redenção. Fez a menor entrar na viatura da delegacia e em vez de dirigir-se para aquele município, levou a garota para o quarto do hotel onde reside há cinco anos e a estuprou. Na viatura, ele estava acompanhado de um outro investigador, que não teve participação no abuso sexual, segundo depoimento da própria menor.
Ocorre que, no caso de Marabá, em nenhum momento os policiais civis que efetuaram a prisão da menor acionaram o Conselho Tutelar e a Promotoria da Infância e Juventude do município sobre a prisão da garota. Tanto o Conselho como a Promotoria vieram a saber do caso pelo repórter, na última quinta-feira, dia 3 de Abril. Uma omissão policial no mínimo indesculpável e que terá desdobramento nos próximos dias.
Fonte: DOL
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