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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Teste do BRT (Foto: Divulgação)


Novela de tortuosos capítulos - alguns deles bizarros, como a fraude montada na prefeitura para garantir a vencedora da licitação e que foi antecipada em anúncio classificado do DIÁRIO -, a implantação do Ônibus de Trânsito Rápido, da sigla em inglês BRT, é o maior desafio do prefeito Zenaldo Coutinho para 2014.

A obra, iniciada no último ano da gestão de Duciomar Costa, caminha a passos de tartaruga, foi refeita por imposição de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público Federal, mas só deverá mesmo ser concluída, segundo o próprio prefeito, em 2016. Irá coincidir politicamente com os festejos dos 400 anos de Belém.

Poucos sabem: o custo de manutenção, para os cofres públicos, durante os dez meses em que a obra esteve paralisada, foi de R$ 1 milhão por mês. Além do prejuízo financeiro, reconhecido pela prefeitura durante a assinatura do TAC, um turbilhão de problemas foi causado ao já lento tráfego de veículos nas avenidas Augusto Montenegro – onde existem até hoje apenas patéticos vestígios do BRT – e Almirante Barroso, fonte permanente de aborrecimentos e estresse para passageiros de ônibus e motoristas de veículos particulares.

Problemas que têm sido suportados, em meio a queixas diárias, pela perspectiva de melhoria para a mobilidade urbana da população, cansada de um jogo político no qual um ex-prefeito chegou a dar a primeira etapa do projeto como inaugurada graças à importação às pressas de um único ônibus do BRT, que em vez de deslizar sobre canaletas, como previa inicialmente o projeto, desfilou sobre uma pista mal arrematada de concreto.

Na parte inconclusa da obra, a prefeitura torrou R$ 98 milhões. O mesmo valor da indisponibilidade dos bens do ex-prefeito Duciomar Costa e de sua assessora na Comissão de Licitação decretada por sentença da juíza federal Hind Kayath.

Ex-aliado de Costa, o tucano Coutinho conseguiu, três meses depois de assumir a prefeitura, tocar o novo capitulo da obra paralisada no período pós-eleição. Desta vez sob as regras rígidas do TAC e as bençãos financeiras da Caixa Econômica Federal (CEF), que entrou com financiamento de R$ 312 milhões, dinheiro do FGTS. Há também R$ 100 milhões do Orçamento Geral da União e outros R$ 82 milhões da prefeitura.

O dinheiro, contudo, só será liberado à medida em que a obra avançar. No próximo dia 12, aniversário da cidade, o prefeito pretende inaugurar a primeira etapa do projeto, desta vez incluindo as obras do complexo do Entroncamento com seus viadutos e elevados.

Será uma inauguração meia-sola, pois ainda faltam arremates no que foi construído, mas já dará alguma mobilidade para os veículos que circulam por aquela área, hoje uma das mais conturbadas da cidade.

Fonte: Diário do Pará

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